Os carros populares, também chamados de carros de entrada são as versões mais básicas e simples lançadas do modelo. Eles estão no mercado pois atendem um grupo de pessoas que estão buscando por um carro mais barato, mesmo que com menos recursos.
No entanto, com o lançamento de opções cada vez mais equipadas, os populares estão sumindo das ruas. Já não é mais tão comum entrar em uma concessionária e encontrar opções um “carro pelado”, que consequentemente é mais barato.
Mas, para entender o porque os carros populares estão sumindo das ruas, é preciso voltar um pouco no tempo e entender a história desse tipo de carro.
Em 1993, o governo federal assinou a regulamentação do carro popular. Para pagar apenas 0,1% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o motor do veículo não poderia ter mais do que 1.000 cm³, ou o tão conhecido 1.0.
A partir daí, as montadoras correram para aproveitar essa vantagem, aumentando as vendas, oferecendo carros mais simples e mais baratos.
Pode se dizer que o primeiro carro popular que surgiu foi o Fiat Uno Mille. E as vendas foram um sucesso!
Depois disso, outros modelos começaram a circular nas ruas, como o Volkswagen Gol, 1000, Chevrolet Chevette Junior, Ford Escort Hobby e vários outros com motor 1.0 da época.
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Ascensão e queda
No final dos anos 90 e no início dos anos 2000 as vendas de veículos com motor 1.0 fizeram muito sucesso. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), quase 70% dos carros vendidos naquele período estavam equipados com motor 1000.
Mas, algo aconteceu em um curto espaço de tempo. Em 2016, as vendas desse tipo de carro caíram para 33%. O que motivou a queda?
Pode se dizer que o perfil do consumidor mudou e, vendo que não há mais tanta diferença entre um veículo com menos opcionais e outro mais equipado, ele acaba optando por um modelo mais avançado, que atenda ou até mesmo supere as suas expectativas.
Poucas pessoas ainda procuram por modelos sem ar-condicionado por exemplo. Dessa forma, se um carro como o Uno Mille de 1993 fosse fabricado e vendido em 2021, muito provavelmente ele seria um fracasso em vendas.
Outro fator que explica essa mudança está no objetivo das montadoras. Vendo que criar um automóvel simples e barato estava dando pouco lucro, os carros populares foram deixando de ser prioridade.
Está cada vez mais caro produzir carros populares. Para se ter uma ideia: um encosto de cabeça era considerado artigo de luxo há algum tempo atrás. Cinto de segurança nem obrigatório era.
Hoje, para um carro poder circular nas ruas, ele precisa atender algumas exigências legais, como cintos de três pontos e encosto de cabeça para todos os passageiros, ABS, Airbags, sistemas de captura de gases, entre outros.
Em 2024, também terá início a exigência de controle de estabilidade em todos os veículos feitos por aqui. E toda a tecnologia que entra no carro gera custo.
Dessa forma, aquela ideia de democratizar o acesso a um carro 0 km foi se perdendo com o tempo, fazendo com que os consumidores buscassem outras opções.
Boom de SUVs
Atualmente, o público está de olho nas SUVs. Sabendo disso, as montadoras estão preferindo investir nesse segmento, já que por terem valores mais altos, dão mais oportunidades de lucro para as fábricas.
Diferente dos populares, que precisam vender muitas unidades e que possuem margem pequena de lucro, os SUVs dão mais lucro por unidades comercializadas.
Os carros populares disponíveis no mercado
Carros populares, atualmente, são as versões de entrada de um modelo, e já não restaram tantos no mercado. Além disso, aqueles preços convidativos, que eram praticados há alguns anos atrás, já não existem mais.
Agora, apenas o Fiat Mobi, Renault Kwid, Volkswagen Gol e Fiat Uno são enquadrados como carros de entrada.
O Renault Kwid Life é a versão de entrada da linha Kwid; o Fiat Mobi Easy da linha Mobi; o Fiat Uno Attractive da linha Uno; O Volkswagen Gol 1.0 da linha Gol.
O que acha dessa retirada dos modelos populares do mercado nacional? Deixe o seu comentário aqui embaixo!
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