Reféns do medo

Medidas simples de precaução podem ajudar o motorista a driblar a insegurança, que cada vez mais sofrem com furtos,roubos e assaltos a automóveis

Por: Layane Palhares 

“Entraram armados na minha casa e anunciaram o assalto. Renderam a minha família e pediram as chaves dos dois carros, mas só conseguiram levar um dos veículos, pois o outro tinha bloqueador. É um sentimento muito ruim, porque você não pode fazer nada. Nesse caso, a sensação foi ainda pior, porque eu estava quitando o carro e ele não tinha seguro. De certa forma, você fica meio desesperado, porque é um bem que está indo embora. Não tem o que fazer.” O relato é de Daniel Seiki, de 32 anos.

Com Luís Augusto, 42, a cena foi um pouco diferente. Ele foi roubado duas vezes e, nas duas, levaram seu veículo – em uma delas uma Hilux – em plena luz do dia na porta do seu local de trabalho. “Não me sinto seguro pelas ruas. Tenho medo de que em uma próxima vez os bandidos me abordem dentro do carro e façam alguma coisa de pior”, diz. “Não é justo! Você trabalha tanto tempo para comprar o bem e do nada ele é levado”, acrescenta.

Assim como Daniel e Luís, inúmeros outros motoristas foram alvos de assaltantes. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Goiás é o estado com o maior índice proporcional de furtos e roubos de carros em todo o país. Em 2015, foram furtados ou roubados 28.294 automóveis na capital goiana. De acordo com a pesquisa, essa taxa é de 798 crimes para cada 100 mil veículos, a frente do Rio de Janeiro (775,8) e São Paulo (717).

Os criminosos agem com esperteza, a qualquer hora do dia ou da noite e buscam por veículos que estão previamente encomendados. Segundo o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores em Goiânia (DERFRVA), Murilo Polati, os roubos são mais recorrentes em áreas residenciais de alto padrão. Já os furtos se concentram em regiões de comércio popular.

“Em Goiás, os veículos são roubados principalmente para serem usados no deslocamento desses bandidos, para serem trocados por drogas, para desmanche e abastecimento das revendas de peças ou para a clonagem, que pode ser considerada a finalidade mais lucrativa para as organizações criminosas”, explica Polati.

Medidas de prevenção

Para tentar evitar furtos e roubos, os motoristas podem colaborar na prevenção aos crimes que, geralmente, acontecem em momentos de distração das vítimas. Para isso, o delegado Murilo Polati mostra alguns hábitos que devem ser evitados e explica medidas simples de precaução que podem inibir a ação de ladrões.

Adesivos: colar adesivo de clubes, profissão, academia entre outros podem dar pistas de sua condição social ao ladrão, além de oferecer a ele noção da rotina da família. “Evite esse tipo de identificação. Você também não precisa colocar no seu carro a quantidade de membros da família ou se tem uma criança”, explica Murilo Polati Rechinelli.

Vidros escurecidos: a película pode afastar o ladrão, pois ele não consegue ver quem e quantas pessoas estão dentro do carro. “Geralmente ele está nervoso e teme a reação do motorista”, diz o delegado.

Estacionamento: tente sempre deixar o carro em um estacionamento fechado ou em lugares claros e movimentados. “Estacionar em ruas iluminadas, em frente a prédios com vigias e perto de câmeras de segurança pode inibir a ação do ladrão. Evite regiões de maior risco em determinados horários”, orienta Polati.

Equipamentos de segurança: alarmes, bloqueadores, rastreadores e localizadores são alguns dos equipamentos de segurança mais eficazes na prevenção a furtos e roubos.

Seguro: claro que todas essas dicas podem falhar e algum espertinho levar o seu carro. Nesse caso, a melhor alternativa para não ficar no prejuízo é ter um seguro de carro. “Os motoristas protegidos pelo seguro têm mais consciência diante de um assalto. Sua reação será menos violenta, porque ele tem uma tranquilidade maior em relação ao seu bem, por estar assegurado”, explica o delegado Murilo Polati Rechinelli.

Importância do Seguro

Que o seguro de carro é sinônimo de tranquilidade e é um elemento que garante o sono de quem anda pelas ruas, é indiscutível. Mas você sabia que a formação do preço de um seguro leva em conta uma série de dados, como as características do motorista, valor do carro (calculado com base na tabela FIPE), se proprietário possui garagem na residência, se possui filhos que tiraram a CNH recentemente, o tipo de cobertura, histórico de sinistros, entre outros.

No entanto, nem todos os fatores levados em consideração pelas seguradoras estão sob controle do usuário. O índice de violência, por exemplo, também pode encarecer ou baratear o produto consideravelmente. De acordo com o vice-presidente social e de benefícios do Sindicato dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros no Estado de Goiás (Sincor-GO), Deivid Pereira, os itens que tem grande peso no valor do seguro são o bairro de residência, regiões e horários nos quais o motorista circula com mais frequência e incidência de furtos e roubos do modelo do veículo.

“O valor do seguro para um mesmo carro pode variar muito dependendo do CEP de residência do cliente, se o veículo é visado pelos ladrões e de acordo com a taxa de recuperação do veículo. Mas não é possível medir quanto esses elementos vão influenciar no preço final da apólice, pois o peso atribuído a cada fator depende de cada seguradora”, explica Pereira. Por isso, ele aponta a importância de pesquisar, pois um mesmo cliente pode encontrar grandes variações de preço entre uma seguradora e outra”, afirma Pereira.

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